mercredi 26 janvier 2011

Cartão Postal





Para assistir:  http://www.youtube.com/watch?v=uwW5BWmq9h8


Tentativa de adaptação do trecho do romance Cartão Postal da autora contemporânea Livia Garcia-Roza


vendredi 7 janvier 2011

Avelã de lã

 Para as crianças






Avelã era feita de lã e morava na cidade de Tolelemô.
Nasceu com dois pés no lugar das duas mãos ou duas mãos no lugar dos dois pés? 
E em todos os dias se dedicou às flores que [como ela] eram feitas de alquimia: 
Flores de água doadas pelo Tempo; Flores de areia parecidas com o Sol; as flores de Nada que a olhavam da imaginação e a mais estranha flor, de girafa, que a Espera lhe deu.

Avelã de lã, mãos e pés trocados, lá ficou em Tolelemô, a espera da continuação da sua narrativa...

Pois que a tal flor de areia era do Sol um espelho e Marulhos,  menino feito de palavras, que lá morava, espelhado na flor,  viu a si mesmo! 
Espantado, do Sol até a Terra pulou e foi perguntar quem era essa tal estranha flor...

A flor lhe contou que de nada sabia:
- só sei que brotei de uma criatura sozinha, feita de lã, que no lugar dos pés, tinha as mãos ou no lugar das mãos, tinha os pés?

Marulhos  pasmo com a notícia, respirou todo o ar que havia e, da sua expiração, se fez um Tufão.
Nele quase que Avelã inteira se desfez!
Os seus fios se estenderam de polo a polo do mundo! No Equador, até fizeram um gigante pula corda com a lã do seu corpo...
Marulhos, ao ver isso,  seguiu enovelando fio a fio até encontrar Avelã de lã.
Ao vê-la, entretanto, ela tanto ria que Marulhos pasmo de novo, perguntou:
- Como pode uma menina de lã e sozinha, em desfeitos fios,  com tamanha alegria?
- Como não poderia?- ela disse.
Avelã teceu novamente seus desfeitos fios em seu corpo e percebeu que nela agora havia  palavras de mar. E Marulhos reparou que nele se estendia um longo fio de lã  que unia, na palma das mãos dos dois, as linhas do Mistério e da Vida.







Nas palavras Juliana, 
Terra do Era uma vez