mercredi 29 juillet 2015

Eu amo você

Um arrepio pelo corpo, é aquele tremelique que volta, lembra? Desde criança a mesma história, quando isso acontecia,  a vovó dizia "é anjo que passou!" e, na minha cabeça, sentia suas asas macias e longas fazendo cosquinha em meus sonhos. Mas hoje a tremedeira voltou sem anjos, sem nossa avó, era calafrio de medo, como dizer? Você ainda está na varanda do seu apartamento fumando e pensando? Como te livrar da sua dor? Você não vai acender mais um cigarro, vai? Um dia, vou esconder todos os maços que existem no planeta, não vou deixar mais, você entendeu? 

Sei que você pode sentir meu amor no momento que escrevo! Presta atenção no que existe de belo no mundo, o sono calmo vem vindo, você está nas mãos de Deus, Ele nina todos os seus desassossegos, não há mais ventos fortes nesse momento, apenas as estrelas cadentes a envolver sua alma! Há uma energia de cura em torno de sua mente sintonizando com o que for do bem, os pássaros, as flores, leoas (como você gosta), a astrologia diz que hoje é o grande dia da sua cura,  pois todos os astros estão posicionados vibrando luz para seu olhar. Quando acordar amanhã, seus olhos estarão pousados de paz, orvalhados de esperança, serenados de afeto.

As tempestades se foram, eu vou te proteger como você fez comigo quando éramos crianças, lembra? Quando me estabaquei de bicicleta na pracinha e você me levantou no colo, eu chorava muito, toda ensanguentada, aquilo tinha sido feio, e você estava ali, deixou sua bicicleta largada em qualquer canto e me levou, mesmo aos prantos, no seu colo até em casa,  eu tinha uns cinco anos e você uns dez. Acho nessa época  tinha tanto mar em torno na nossa casa que você me ensinou a dobrar barquinhos de papel. Dobrei tantostantos que passamos meses navegando em diferentes oceanos, inclusive um lilás, o problema foi que, de acordo com papai, não era nada disso, disse que eu tinha entupido a caixa d'água com meus navios, ele não acreditava!

 Eu não esqueci, não esqueci, quando enfrentamos vários Cabos das Tormentas, juntos. Achei que o navio ia se rasgar, mas seu coração destemido brilhava coragem e tudo parecia se acalmar. Agora não há o que se preocupar, os ventos sopram novamente em calmaria, o coração serena, você sente a plenitude, a cura. Você é maior do que a doença! Eu amo você, eu amo você, vou te salvar, eu vou te salvar, aguenta mais um pouco, por favor!

mardi 28 juillet 2015

Na casa da esquizofrenia

Na casa da esquizofrenia,
não há eufemismos.





Luta contra o estigma das doenças mentais!

28 de julho ou Sol da meia noite



Diário de férias


Sendo pássaro:
asas abertas de azulis,
alma espalhada de flores
ou bombom de torpor!
A liberdade de ser brega
de dizer o que se espera,
a liberdade do lugar-comum!
Sendo pássaro:
voo agitado da euforia
da vida leve que nasce
como longanuvem, plim!
A chuva alagalarga o sentir!
O mundo agigantado
de vinte e nove vazios...

Ah! O sexo do Vento
com meus pensamentos
invadidos de vontades
de experienciar a existência!
Pôr do sol com bicicleta,
boina vermelha, coração, giros
em Montevidéu,
Livros devorados, filmes esperados,
 exposição sobre Picasso,
ou Chagall com La Fontaine!
Amigos, Teatros, Planetário, Arpoador,
patins na Lagoa Rodrigo de Freitas,
beijos apaixonados com gargalhadas
na Ilha do Governador!
Nuvens em nossos olhos a brincar
 de sonhos sem cessar!
A louca lua fosforescente
entorta o tempo para nós:
um segredo ilumina o escuro...
Os pássaros dançam plenos
Os pássaros dançam plenos
do sol da meia noite!
O amor se espalha... 
A alma em neon na madrugada!
Você pode sentir?
Como caber em mim?
Como caber em mim?
Brotam flores de botas,
cartão-postal da minha alegria!
Mas a palavra alegria não diz
aquilo que vibra em mim,
como se diz?


Ah, a corda bamba da euforia agita
tintas nunca antes vistas, outra vez!
Roda gigante gira debaixo do Mar!
As crianças sabem: hoje,
nascem os filhos dos ovos azuis
e os ventos ninam abandonos!
Três vaga-lumes invadem
o céu da minha boca!
A cidade enfeitada de pequenas esperas,
bandeirinhas da Festa de Santo Antônio...
Incendeio o capítulo Quando Wendy Cresceu,
Giro a Chave do Tamanho!
Nas cidades subterrâneas da tua ausência
brotam rosas, calabouços, ventiladores!
Meu astronauta acena do espaço
E outra vez confessa:
meteoros sonham 28 de
 julho em férias
semponteirosemponteiros
pra crianceira de ser
Feliz!

Você vem?





(Mas no plano de fundo da paisagem,
atrás das pequenas bandeiras enfeitadas,
os azulejos fotografam antigos gritos,
ecos repetidos como se fosse festa.
Na casa  da esquizofrenia,
 não há eufemismos.)
 



(obs.: Fotografias que tirei da Livraria do Centro da Cidade de Montevidéu)

samedi 25 juillet 2015

Mãos dadas

              Pisei em um gramado de um pátio enorme, orvalhado da chuva incessante. Algumas gotas ainda pingavam das folhas das árvores. Havia várias meninas de vestidos brancos esvoaçantes amarelados pelo tempo, pareciam zumbis que esqueceram o porquê estavam ali, mas eu sabia. Na nossa frente, havia uma casa velha e enorme com uma porta de madeira antiga e uma campainha quebrada. Aquele lugar não me era estranho, parecia memória de infância que volta como se fosse filme. Ficamos parados em frente à porta pesada de medo, eu e um grupo de pessoas, enquanto as meninas zumbis ao redor esvoaçavam o amarelado de seus vestidos. Elas eram aquelas que não tiveram a coragem de enfrentar a prova, de entrar na tal casa assombrada. Era uma espécie de casa da provação, algo me dizia, algo daquela memória antiga, eu já havia estado ali. De repente, a Laís e uma outra menina entraram pela porta estranha e ouvimos um grunhido forte, a casa tremeu! Grudamos todos nos vidros das janelas fechadas, o vidro embaçava entre o frio e as cortinas do lado de dentro, eram finas de brancas, pareciam cortinas de nuvens, mas imóveis como nós. E o barulho do grunhido aumentou, elas tinham acordado um bicho!

            Pela janela, vi um rabo escamado enorme mergulhando em  águas, era um gigante crocodilo! Meu olhar mergulhou junto com ele naquela sala de águas, parecia uma lagoa grande e escura. E sala tem lagoa? Ainda olhando de relance pela janela embaçada, avistei Laís e a menina respingadas de água, como estátuas grudadas à porta, só que do lado de dentro da casa.  Elas tinham acordado a tal criatura escamada que mergulhava e vociferava profecias na língua dos monstros marinhos. Meu olhar tremido desviou para a esquerda daquela sala do crocodilo gigante, lá, tinha uma escada também enorme, feita de mármore e  cheia de girosgirosgiros, os degraus suspensos no ar... era por esse o caminho que teríamos que passar! Laís e a menina rápidasrápidas voltaram pro outro lado da porta, onde estávamos, o lado do pátio, nada temiam e avisaram ao grupo sobre o que enfrentaríamos. Não sei direito o que falaram, pois lembrava da última vez que eu estivera ali naquela casa das provas e quase morri com aquele mesmo monstro crocodilo. Mas não tive tempo de desistir, pois todos subitamente se moveram para entrar na casa e a Ju Mar segurou minhas mãos as dela e me puxou muito forte. Sem pensar,  entramos na sala das águas bizarras.

           Minha visão embaçou, a Ju ia me puxando rápidarápida pelos degraus de mármore suspensos no ar,eu nada via, parecia neblina, o que acontecia? Ouvi o bicho gigante irado mergulhar na lagoa da sala, senti a água e sua baba espirrar em meu corpo. Fomos correndo subindossubindossubindo os degraus sem olharmos para trás, entre os respingos, medos, escamas e altos grunhidos, ofegantesofegantes até o outro andar, livres da  primeira prova.

         No segundo andar, muitas pessoas seguiam em desespero por uma direção à esquerda que dava numa porta aberta para entrar no terraço. Mas a Ju me puxou por um outro caminho alternativo que apenas nós seguimos. Eu tentei mostrar que talvez o outro fosse mais seguro, mas a Ju pisava em certezas de que era à direita nosso destino. Tudo em volta parecia correr, mas, na verdade, éramos nós que corríamos, apesar de todos os caminhos serem curtos, rodeando o terraço. A casa encolhera de repente? Não conseguia parar de correr mais, passamos direto pela primeira entrada daquele caminho, uma porta que estava fechada, mas não trancada. Só que sem conseguirmos frear nossos passos, continuamos seguindo, dobrando à próxima quina, crash! Meu Deus, o que foi isso? Caímos? Tropeçamos em um outro bicho esquisito? Levantamos rápido tentando retomar a consciência quando  senti um focinho gelado entre as minhas pernas! Saímos correndo dali como que por instinto! Desta vez, eu puxando a Ju com minhas mãos fortes dadas as dela, voltando para altura daquela primeira porta ainda fechada, mas não trancada. Afobada e com as mãos suadas, consegui abrir a porta, mas mais parecia que ela tinha se aberto pra mim.
   
       Ainda ofegantes, ficamos segurando a porta do lado de dentro com o peso dos nossos corpos. Eu segurava a maçaneta  que a todo tempo parecia que ia se quebrar, pois o tal bicho estranho, meio coelho gigante do tamanho de um Pastor alemão, forçava a entrada de qualquer forma dando cabeçadas intensas naquela porta. Tentávamos com todas as forças bloquear aquela entrada, enquanto chegavam mais pessoas naquele terraço onde estávamos, mas vindas do caminho mais óbvio e fácil. Mais pessoas, mais pessoas, parecia campo de concentração, achei que ia sufocar! E o coelho bizarro insistia com as cabeçadas na porta que segurávamos com toda força possível até que me apiedei da criatura. E se fosse realmente inofensivo? Por que um coelho grande nos faria mal?
       
          Decidi abrir a porta. Ele entrou tremendo muito, parecia chorar. Acolhi o bicho entre meus pés, fazendo-lhe carinhos para acalmá-lo. Percebi que não era um coelho, mas um burro. E que não era um burro, mas um menino encantado como burro por não ter passado na prova do crocodilo. "Tadinho", pensei. Aquela criatura era um de nós... o que fazer? Haveria a Feiticeira Circe por ali também?  Entre pensamentos, acarinhava  as orelhas daquele burro-menino, enquanto mais pessoas lotavam o terraço. Fiquei pensando numa solução, qual solução?O que fazer? O que fazer?



Sonho do dia 25/07/15

jeudi 16 juillet 2015

Correntezas Vermelhas

Não sei como contar, não sei como, não sei... foco no rosto do meu pai, seus olhos mudos, seu coração silencioso, nos cabelos da minha mãe ao vento, pretos como a noite em que estávamos, ou no barulho daquele mar madrugada, o silêncio aumenta o tamanho da existência? Na praia das Conchas, meus pais e eu surgimos no alto de uma encosta... virei meus olhos rápido para baixo, vi uma espécie de rio (ou seria mar no formato de rio?) profundo e escuro, parecia um brinquedo em miniatura visto de cima. Eu queria senti-lo, sentir suas águas geladas e acho que meus pais também, pois foram descendo como crianças em festa pela ribanceira da praia abaixo, se equilibrando entre as pedras com musgos até alcançarem o mar... no mundo só havia nós e o silêncio. Eu desci também, um pouco depois, rápidarápida. Meus pais se lançaram nas águas, splash!E sumiram por um instante entre o escuro do mar e o do céu, pareciam ser o mesmo tecido. "Pai? Mãe?", gritei, eles sumiram! Eles sumiram! E o medo me girou, tombei também no escuro rio... e tudo sumiu. O que aconteceu?

Lembro que fomos seguindo o fluxo desse rio escuro e estreito até desaguar no mar, mas não conseguimos passar, pois havia uma grande grade justamente no encontro das águas. Entre mares, ficamos olhando pra vigia que nos olhava quadriculados pelas grades. Ela tinha um olhar de sirene que dava medo! Não havia como continuar. Voltamos pelo mesmo caminho escuro e estreito de água em que fomos, na direção da ribanceira da praia. Eu sentia um medo que inventava monstros submarinos em meus pés. Meus pais pareciam nada temer, como se a água não fosse turva, como se a noite não doesse de tanta ausência, o faz de conta da felicidade os encanta, às vezes. Mas, em mim, ao contrário,  não havia faz de conta e meus medos iam me embolando na água... até que imobilizei. Meu Deus, havia uma sombra estranha de uma pessoa lá na ribanceira vindo na nossa direção, pra dentro do rio! Meus pais também estatuaram. Nós três imóveis de medo. E a pessoa bizarra móvel em raiva vindo. Quem seria?

Ela segurava algo em sua mão direita que ainda não conseguia ver. O rosto da estranha não parecia quieto, pulava a todo momento. Nada podíamos fazer, não havia saída, apenas a grade ao fundo. O mar corriacorriacorria mais forte quando ela lançou um líquido, parecia chuva ácida! E nos encolhemos, menos meu pai com seus olhos abertos para a "chuva", aquilo parecia flecha em seu rosto. Me doeu tanto! Será que caiu também em mim? "Pai, abre os olhos, abre os olhos, você ainda vê?", falei afobada e baixinho em desespero, engolindo um pouco da água escura. Ele fez que sim com a cabeça e algo da minha angustia desdeu um nó. A mulher se aproximava mais para dentro do rio, onde estávamos.

 A estranha vinha, meu Deus, o que era aquilo? O que era aquilo em suas mãos agora? E as pedras se silenciaram,  uma águia que descia em voo do céu congelou, a água estancou seu correr no momento de revolver uma onda, a estranha vinhavinha cada vez mais rápidarápida  e as nuvens adormeceram em prece... meu Deus, a mulher estava na nossa frente agora, mas o que segurava?  O quê? Meus pais e eu  imóveis de medo, o mundo congelado, apenas ela se movia em  ódio, eu não entendi, eu não entendi, meu Deus, a faca! Meus pais! Sangue! Tudo girou! A assassina de relance," esses seus olhos!", entendi, ela era da minha família, mas nada mais havia lá de antigo, rápidarápida, tentei me mover, mas não consegui, Ah, a última punhalada em mim! Meu peito! Vermelho aberto entre o coração parado e o sal da água. Ela sorriu.

Pesadelo do dia 16/07 (parte II)
 


dimanche 12 juillet 2015

Uma questão de autoria




Era uma carruagem-ônibus comprida de muitos passageiros e de velhice. Sentamos, eu e Cris, no último banco e a velocidade aumentouaumentou, parecia que íamos cair a qualquer momento entre os ruídos. Me agarrei aos cipos pendurados no teto do "ônibus aberto", enquanto o céu da paisagem ia trocando de cor, as árvores inexistentes iam mudando de formato, rindorindo, parecíamos estar dentro de um quadro de Dali. Chovia e a carruagem voava em meio aquela terra de grão amarelo escuro molhado, cada vez mais rápida, cada vez mais rápida, cada vez mais rápida, vrummm! E de um solavanco, ao final de um ano, chegamos na frente de um castelo redondo. Sai da carruagem destruída, toda molhada de chuva e descalça, não que eu tivesse perdido os sapatos, é que nunca os tive.
Várias pessoas saltaram do estranho "ônibus" também, foi quando avistei meu pai descendo do banco do motorista. "Pai!", gritei para ele me ouvir. Ele veio meio triste e li na nuvem do seu pensamento que era porque tinha atropelado um pequeno bicho ao longo do caminho, "Esse Neil Gaiman é um louco!", resmungou puto. "Neil Gaiman? Como assim?", perguntei. " Você não sabe?", ele riu. Eu fixei meus olhos dentro dos dele, diziam "Cathy, você está dentro dos sonhos do Neil Gaiman desde o início. Você está sonhando que está no sonho dele. Foi ele que criou tudo que existe aqui! Por isso, as cores do céu, as árvores estranhas, a velocidade e esse castelo!", ao dizer isso, meu pai desapareceu de repente e, como se eu tivesse passado entre as paredes, agora estava na entrada de um baile daquele palácio.
Havia um longo tapete vermelho, seria a língua de um gigante? Vermelho, vergonha. Não, aquele não era aquele meu lugar. Onde me esconder descalça, imunda e com a roupa rasgada? Tudo parecia ter sido recortado de revistas caras.  A fila ia andando, cada um deixava seu sapato em uma prateleira. Não entendi o motivo daquele rito até avistar um móvel com um sapatinho que brilhava, cor azul do céu sem nuvens, com um pequeno saltinho, parecia de vidro. "Cinderela!", gritei e comecei a rir sem parar achando aquele sapatinho ridículo. Definitivamente, não era para mim. E para que eu ia querer que fosse? Coitada da Cinderela, pensei, mas que destino sem mar.
Diante daquele pequeno surto, as pessoas não me olharam, elas tinham mais o que fazer. Aproveitei  pra dizer mais alto "Você me colocou no baile da Cinderela, Neil Gaiman, sendo a única a chegar descalça, pra quê? Eu não preciso caber neste sapato frágil que se quebra a cada passo, eu prefiro a liberdade de andar descalça, sentir o gelado do chão, sentir a chuva, a terra, o vento que bate, sentir! Prefiro estar toda esfarrapada, mas viver livre do que dançar uma melodia que não fui eu quem escolhi! Você ouviu? Vai à merda, narrador! Eu que sou a autora da minha vida!", gritei e, subitamente, acordei na minha cama, ainda descalça, com os cabelos molhados e a roupa esfarrapada da viagem surreal. Na janela do meu quarto, estavam agarrados uns cipos. Dei uma gargalhada, é,  é verdade, como Rosa sempre diz, viver é muito perigoso!


Meu sonho do dia 12/07 (Parte II)


dimanche 5 juillet 2015

rosa azul

Foda-se a rosa azul!Foda-se a rosa azul!Foda-se a rosa azul!Foda-se a rosa azul!Foda-se a rosa azul! Foda-se a rosa azul! Foda-se a rosa azul!Foda-se a rosa azul!Foda-se a rosa azul!Foda-se a rosa azul!Foda-se a rosa azul!Foda-se a rosa azul!Foda-se a rosa azul!Foda-se a rosa azul!Foda-se a rosa azul!Liberta,enfim.

samedi 4 juillet 2015

A espera de um milagre

(Quem se importa?)

Tomografia

Tomografia:
Neve, pela segunda vez!

Onde a dor acaba?

Ia almoçar, eu lembro, era uma da tarde, eu lembro, mas o que aconteceu todo esse tempo? É meia noite e ainda não acordei, eu ia almoçar uma da tarde,mas até a fome me esqueceu. Onde a dor acaba?

Eu Tarja Preta

Eu Tarja Preta

Informações
Antes de conversar com este ser, é importante ler as informações contidas em seus retinas, caso haja pássaros, nuvens altas ou orvalhos, evite aproximação pelo tempo de uma inteira vida.

1. Para que este ser é indicado?


2. Como este ser funciona?

Paixão.sf.sentimento ou emoção levados a um alto grau de intensidade. 2. Amor ardente. 3. Entusiasmo muito vivo. 4. Atividade , hábito ou vício dominador.

3. Quando devo me afastar deste ser?
Este ser deve ser evitado na presença das condições descritas a seguir. Caso você apresente qualquer uma destas condições, informe antes de iniciar uma palavra ou gesto de aproximação:
-histórico de desapegos ou anterior coágulo metafórico incurável em uma veia ou outras partes do corpo;
- histórico de senso-comum ou pensamentos que seguem uma linha reta ao invés da curva ou espirais, pois podem provocar um rompimento;
- histórico atual ou anterior de indiferença, coração pequeno ou afastamentos bruscos sem explicações, fraquezas e adormecimento em qualquer parte da alma;
- inchaço de ego e presença de soberba, seguido de coceira, erupção de mágoas.

4. O que devo fazer antes de me aproximar deste ser?

Nesta bula estão descritas várias situações em que a aproximação deve ser realizada ou não.
Não se aproxime se for de brincadeira, efêmero, transitório ou por questões de hormônios como vontade sem sentimento, desejo por desejo apenas. Não se aproxime se for para ir embora, se não for de verdade, se não for para ser sagrado e se você for um babaca.

5. Onde, como e por quanto tempo posso guardar este ser dentro de mim?


6. Quais os males que este ser pode causar?

Amor em demasia. 1 a cada 7 bilhões de pessoas, população mundial, pode provocar apego, amizade, amor incondicional. Neste caso, o ser pode se tornar ligeiramente  carinhoso, pode escrever cartas de madrugada ou mesmo nem dormir pirimplando planos futuros ou relembrando memórias (existentes ou não), fabulando músicas, gotas d'água, livros, peças de teatro, filmes e outras pequenas coisas simples para dividir.
 O ser pode causar algumas dores de cabeças ou pequenas confusões mentais quando se sentir não amado, desamparado, esquecido, carente, entre outros.

7. Como devo conviver com este ser?

- O que fazer em caso de sangramento inesperado?
- O que fazer em caso de felicidades violentas? 
- O que fazer em caso de nuvens grandes e calmas?
- O que fazer em caso de ano novo repentino (setembro, por exemplo)?
- O que fazer em caso de desaniversários?
-O que fazer em caso de constelações descobertas?
-O que fazer em caso de madrugada acordada conversando juntos?
-O que fazer em caso de madrugada acordada por pesadelo?
-O que fazer em véspera de dias que brotam muitas flores no mundo?
-O que fazer em caso de noites com demasia de vaga-lumes?
-O que fazer quando os vaga-lumes não aparecem?
-O que fazer quando não há o que fazer?
-O que fazer para saber se há ou não o que fazer?
-O que fazer para saber se a contagem de estrelas no céu da boca apresenta a quantidade normal para sonhadores?
-O que fazer quando a nuvem é nuvem?
- O que fazer quando a nuvem é céu estrelado com girassóis de Van Gogh piscando o olho para nós?
-O que fazer quando se faz de conta que é Frida Kahlo, Clarice Lispector, Cecília Meireles, Modigliani, Manoel de Barros, Degas ou Chagall?
-O que fazer em caso de leitura viciada em Bachelard?
-O que fazer quando o astronauta não acena mais do espaço?
- O que fazer quando se descobre uma gota de orvalho?
O que fazer em caso de riso sem motivo? (Se há amor, pode dar um beijo)
- O que fazer quando se flutua juntos?
- O que fazer quando surgirem bolhas coloridas  após um abraço seu?




jeudi 2 juillet 2015

Segredo contado pelo Verde


Um pouso

Sê corajoso:
ama com Entrega,
floresça em Delicadeza,
Liberta com Perdão!
Para (re)encontrar as
cordas da Cor agem:
Cor ação!