da torre
aquela estranha imagem volta
tua voz alta alta
histérica
como uma nebulosa pra cima do meu corpo
tomas a palavra "livre" [ligeiramente inclinada sobre meu pescoço]
como um grão que tenta brotar
os olhos pesam
[até quando vou aguentar?]
o hospício diário agita outra vez
árvore genealógica:
poderá um ramo não apodrecer?
[poderá?]
Mais um tijolo ajuntas
a torre aumenta
Tu, a Dama de Copas, me olhas do alto
"às suas ordens", esperas que diga.
E tua voz toma meus cabelos:
o corte curto!
[Contenção, não se expandas, a dose medida]
Tua voz amarra meus braços
imóvel no meu nascer em sol
imóvel no meu nascer em sol
[mas és capaz de romper a luz?]
Cai o pano preto sobre a cena.
A Dama muda de face
Aristab
[Confinada
a vida estancada
a parte secreta da seiva
apodrecida
o cheiro entorpece
envenena
adoece ao redor
a raiz seca
o incêndio alcança
as margens em volta]
No cenário tarja preta:
resto-me,
último fruto
[mas és capaz de romper a luz?]
[ alguns cometas perdidos em desenhos antigos]
Nossa, você escreve tão bem! Onde acho um exemplar do seu livro?
RépondreSupprimerOi, Bruna! Que lindo! A história deste livro é uma odisseia (rs), mas espero que ainda este ano ele finalmente fique pronto. Só faltam mesmo as ilustrações! E o seu, quando sai? Ah, destranquei artes, semana que vem também estarei pelos corredores da eba!
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