mardi 19 avril 2016

Arquivista do Agora

Uma memória com cheiro de maçã
apenas tenho esse primeiro verso
daquela manhã ainda agora
do tempo simultâneo
pinto um quadro, arrisco um traço
Cantina, uma mesa, nós quatro
cafés, mates, maçãs e palavras
desenho no corpo com luz
tua camisa xadrez,
[meu sorriso se fez],
no plano de fundo, um filme
Viagem à lua, de Meliés
lançados ao espaço do lado de fora
[no pensar]
a experiência do ouvir: "O Mundo diz"
a linguagem começa
o não dizível iluminado em amarelo claro
como uma fruta que se pode morder com voracidade
[e se lambuzar]
sem pressa repito "penso com os pés"
e o espaço se alumia, mas não existe espaço
o ser da linguagem e o ser da luz dançam no ar
Arquivista do agora, escrevo essa memória
em técnica mista: visível sobre cheiros



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