jeudi 26 mai 2016

Amor degradê

Meu corpo, teu suporte
suporta como tela forte
o corte do desejo teu
sem norte
a me experienciar em breu
a primeira velatura se leu
pincelada aguada em véu
Em meu olhos, branco [quase] céu
Venda clara a riscar teu croqui
[Quem é você?]
[O que faz aqui?]

Outra pincelada a seguir meu rosto
teu rosa neve a [me] abrir camadas leves
[Você é meu sonho!], grave voz escreve,
na boca, a tinta breve, estranho gosto,
O desejo tece teu nome em minha pele.

Em véus, teu pincel meu desejo arranca
e inteira intensa vermelha me lança
Dripping com minhas cordas carmin
[Meu nome em tua pele!],o querer quer
de mim e desafia a canivete tua nuca,
o medo arranha, esfria o lustre azul nunca.
Nos lençóis, um tom preto o peito borra,
o teto desaba um pouco, a casa entorta,
teu véu [quase] céu em verniz pesa,
teu rosto some, o rosa neve sangra
teu nome ainda em minha tela seca,
meu vermelho craquela.

Não sei ser degradê.



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