samedi 18 juin 2016

Livro novo

Livro novo

Encontrei um livro novo hoje. Sem título ainda. Estava empilhado no meio da biblioteca, terceira fileira, poesia brasileira. Decidi levá-lo comigo para casa. Já no caminho, na noite recém-nascida, a rua deserta, abri ao acaso e fui lendo e andando ao mesmo tempo. Viro a página. E o livro me faz uma mímica. Não adivinho. Dou uma gargalhada. Ele também ri. Era um poema escondido que fugiu para o epílogo. Mas deixou um cheiro de junho. Fechei o livro de pirraça e fiquei olhando a capa, parados no portão de casa. Ai, livro novo, você lembra tanto um livro velhinho meu, um livro que perdi, rasguei sem querer a lombada, joguei água, manchei de tinta. Mas teu rosto,livro novo, é ainda calmo sem título, novo com cheiro de antigo, um cheiro que tinha perdido. De capítulo em branco.



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