mardi 7 mars 2017

Roteiros, roteiros, roteiros...


3 de fevereiro, noite

Monstros marinhos, desvio.
Festa na vila antiga
pintada à canetinha 
um vapor místico:
centro da praça.

 A multidão agitada.
Augusto me escapa.
A cigana me encara.
"Escolha o seu cristal, criança. Sente aqui.",
Caixas de feira, o banco e a mesa. 
Tenho agora uma família de três cabeças.
"Azurita. Abalone. Haulita. Malaquita. Turmalina", 
a maga dizia, eu repetia, de forma instintiva.

"Escolha seu cristal, criança.", a cena se repetia.
Na porta, Augusto fuma.
"Quantas noites a noite tem?"
Minhas mãos pensam o cristal. Ele levita. 
A cigana enseria "você é uma de nós.", não lembro mais.

Olho rápido o cenário atrás...
A praça tomada de mulheres-bruxas presas
prestes a queimar.  Breu
Augusto em surto, outra vez.

 Uma voz delas canta "Juliana"
 Aquela voz ímã, vinha, vinha, repetia. 
 Apenas eu ouvia. Faísca.
Os monstros marinhos riam
a balançar seus rabos tatuados.

Augusto me escapa mais.
 Incêndio na casa da infância
"Falta pouco para eu nascer?"
A tinta vaza. Aqui, papel de mim.

Enquanto os monstros marinhos diziam 
vontade de tirar fotos.





1 commentaire:

  1. Acordo em um banco de praça, Mariposas voando. Mariposas são engraçadas. O corpo demora a responder aos impulsos de movimento. Já passam das 11 horas, e eu sonhei com você. Você estava casando. Um corvo pousa no banco e me encara. Ainda tenho uma sobra de pão no bolso, atiro um pedaço para ele, ele pega no ar e voa sem agradecer. Corvos tem personalidade. Olho para o céu, e começa a nevar de leve. Parabéns pelo dia de hoje, alias, parabéns duplo, pelo dia de hoje e pela sua obra. Dizem que é isso, não é? Plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho. Os dois primeiros, check.

    - An bhfuil tú dÚsachtach? (O grito me surpreende).

    Arrumo as minhas coisas, e entro no carro. A porta bate e eu pisco. Brincar de amarelinha é divertido. No final da sequencia numerica, um coração escrito: Jucéu.

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